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A Villa Portela, a mítica casa, no coração da cidade, espera há décadas pelo sopro mágico da recuperação. Agora que está reformado, Ricardo Charters d’Azevedo (bisneto do fundador) tem-se dedicado a contar a história da família, que é também a de Leiria. Retrato de uma época de romantismo.
«(...)Família Charters fecha portas à negociação da Villa Portela
Situada em frente à câmara, a Villa Portela é um dos pulmões verdes da cidade, que tem conseguido resistir à pressão urbanística, apesar da construção que se tem desenvolvido à sua volta já te´sacrificado´ parte da mata.
A sua localização privilegiada no coração da cidade e a beleza do local, onde existe um chalet do século XIX, leva algumas pessoas a defender que a câmara deveria negociar o espaço, permitindo assim abrir ao público aquela mata, que tem cerca de 20 mil metros quadrados. No entanto, os proprietários fecham a porta a um eventual entendimento com o município.
“Os sucessivos executivos sempre nos trataram mal. Não há, por isso, razões para cedermos ou vendermos aquele espaço à câmara”, afirma Ricardo Charters d´Azevedo, um dos herdeiros, que aponta a construção da Praça da República, que “obrigou ao corte de metade da mata”, como um dos exemplos da forma “pouco correcta” como considera que autarquia tem tratado a família.
O herdeiro critica ainda a aprovação da construção dos prédios da Rua de Sá de Miranda “mesmo em cima” da propriedade, e o “arrastar no tempo” do processo de licenciamento da urbanização, prevista para a zona da antiga quinta da Villa Portela. “Sete anos depois, continuamos à espera do licenciamento final”, denuncia Ricardo Charters d´ Azevedo, adiantando que, no âmbito desse processo, serão cedidos cerca de mil metros quadrados ao domínio público, apesar da família ter manifestado “preferência em pagar as compensações” envolvidas no processo de urbanização.
O challet da Villa Portela deverá ser recuperado para habitação da família. Apesar disso, Ricardo Charters de Azevedo diz que continua a haver disponibilidade para o espaço ser esporadicamente aberto ao público, inserido numa iniciativa que propôs à câmara e que passaria pela promoção de dias do património, que permitissem visitar espaços que normalmente estão fechados.»
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